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Artrite Psoriásica

O que é Artrite psoriásica?

Psoríase é uma doença inflamatória crônica caracterizada por lesões cutâneas elevadas, de tamanhos e formas variadas com coloração avermelhada e descamação esbranquiçada que podem ocorrer em qualquer região do corpo desde couro cabeludo até unhas, mas na maioria das vezes se localiza em áreas de atrito como cotovelos e joelhos. Cerca de 30% dos pacientes que tem a manifestação na pele apresentarão inflamação em suas articulações, tendões ou coluna vertebral, caracterizando a artrite psoriásica.

Estudo populacional brasileiro publicado em 2017 identificou prevalência de psoríase em 1,31% das pessoas entrevistadas, sendo mais frequente nas populações das capitais dos estados das regiões sul e sudeste em comparação com as demais regiões brasileiras, com distribuição semelhante entre homens e mulheres. Outro estudo brasileiro, alinhado com publicações mundiais, estima que 1 em cada 3 pacientes com psoríase apresentarão manifestações de artrite psoriásica, sendo que em 75% das vezes a doença surge primeiro na pele e depois nas articulações, em 15% surge simultaneamente na pele e articulações e 10% das vezes surge primeiro nas articulações para depois aparecer na pele. O intervalo de tempo médio entre o aparecimento na pele para depois nas articulações é de 10 anos, e o intervalo entre as articulações para depois surgir na pele é de 3 a 5 anos.

A artrite psoriásica manifesta-se por dor em articulações associado a inchaço, vermelhidão e rigidez para movimentos. Geralmente são acometidas articulações das mãos e pés, podendo também ser acometidas articulações como joelhos, quadris, cotovelos e punhos. Tendões podem apresentar inchaço também, sendo o ponto de inserção do tendão de Aquiles no calcâneo o mais comumente acometido. Por vezes os dedos das mãos e dos pés podem ficar inchados por inteiro, adquirindo um aspecto “salsichóide” o que chamamos de dactilite. A coluna vertebral também pode ser acometida em todos os seus seguimentos (cervical, torácico e lombar) e se manifesta por dor geralmente noturna ou quando em repouso, podendo haver despertar do sono pela dor ou ainda rigidez pela manhã.

Devemos também estar atentos ainda para manifestações da psoríase em unhas!

Acreditamos tratar-se de uma doença multifatorial, com forte determinação genética, associada a fatores ambientais e comportamentais. Já foram descritos 10 genes relacionados à doença e 40% dos pacientes com psoríase ou artrite psoriásica têm história familiar dessas doenças em seus familiares de 1º grau. Tabagismo, obesidade e infeções (bacterianas e virais) estão associados à doença.

O diagnóstico na maioria das vezes é clínico, sendo realizado pelo reconhecimento das lesões cutâneas associadas às manifestações articulares, tendíneas ou na coluna vertebral.

Exames de sangue podem ser uma pista para demonstrar a natureza inflamatória da doença. Rx das articulações acometidas podem auxiliar o diagnóstico assim como ultrassonografia e ressonância magnética permitem a melhor compreensão do local da inflamação, facilitando a distinção de outras artrites.

Como na maioria das vezes a doença surge primeiro na pele, dermatologistas são os primeiros especialistas a serem procurados. A ocorrência de artrite, tendinite ou dor na coluna fará com que reumatologistas sejam procurados.

 Nem psoríase nem artrite psoriásica são contagiosas, ambas têm tratamento com finalidade de controle da atividade inflamatória da doença, permitindo uma vida normal aos pacientes.

Realizar atividades físicas é importante.  Estudos recentes demonstraram que a perda de peso para pacientes obesos acometidos por artrite psoriásica ajuda na redução de marcadores inflamatórios e também dos sintomas de artrites e tendinites.

O tratamento medicamentoso é individualizado a depender das manifestações clínicas e comorbidades apresentadas pelos pacientes e consiste no uso de anti-inflamatórios e fármacos como metorexato, sulfassalazina, ciclosporina, leflunomida e agentes imunobiológicos capazes de bloquear seletivamente determinadas vias da inflamação.

Infelizmente não há como prevenir o surgimento da doença, o melhor é tentar reconhecê-la o mais precocemente possível e iniciar o tratamento para não acumular os danos que o processo inflamatório pode resultar.

 

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